Amor Fraternal
Amor Fraternal

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

VALORES  E  TESTEMUNHOS

         Emmanuel

O distincto casal Monteiro de Barros perdera, ainda ha pouco, no pleno vicejar dos seus quatro annos, uma filhinha idolatrada.
Espirito culto, possivelmente emancipado de nugas dogmaticas, a desolação maior do chefe do casal provinha do abatimento da esposa inconsolavel e, quem sabe, na iminencia de lhe desfechar um novo golpe, succumbindo á saudade do sêr que se evolara.
Avesinha canora, que alegrava de trinos matinaes o ambiente de sonhos, ella, a pequenita Eleonora, se desplumara, emmudecera e lá se fora, num esquife todo rosa, recoberto de flores, em orvalhada de prantos.
E para sempre...
Mas, porque haveria esse Deus, que tambem é Pae, de crear as aves e dar-lhes na terra um ninho de corações, para arrebata-las depois assim, brusca, impiedosamente, e para sempre?
Pois, se a vida humana, a qualquer tempo, edade e condição, é já um sacrificio permanente, onde a equidade da lei que estanca na morte o sacrificio de uns, com aggravo do sacrificio de outros?
E que compensação presumir da perspectiva nebulosa de um anjo a mais na côrte celeste, quando, por attingi-la, rasga na terra um abysmo de lagrimas e desespero?
 Mas, Deus que é mesmo Pae, não deixa de velar pela serenidade de seus filhos.
O tagante da dor tambem pode estimar-se em facho de redempção.
O Espiritismo ahi estava a proclamar a mentira da morte, para a verdade da vida, vida real, eterna. Fora possivel? E o casal desolado bateu ás portas do Espirirismo.
Foi ouvido e hoje vem,a exemplo de tantos outros, denunciar a veracidade das promessas do Divino Mestre quando disse: — bate e se abrira, pede e se te dará. 
  Num lance de gratidão nunciativa de semente cahida em terra feriu, eis como o irmão Monteiro de Barros nos confia e glosa as mensagens que obteve do medium Francisco Xavier, em Pedro Leopoldo:
 “Presado amigo.
   Abraços affectuosos. Apresso-me a enviar-lhe as communicaçôes que recebi, graças a Deus e a Emmanuel, por intermedio do Chico Xavier, com quem estive e me recebeu bem. Elle é maravilhoso. Magdalena convenceu-se, emfim.
Ella está ainda em Minas, para onde seguirei amanhã. Creio que regressaremos dia 15 do corrente ao Rio. Autoriso-o a fazer destas communicaçães o uso que quizer e a publica-las, se encontrar nellas motivos de utilidade ou de consolação para outrem, como aconteceu comnosco.
Note-se que o Chico ignorava que eu perdera uma filha, porque só leu sua carta depois da sessão; que minha esposa se chama Magdalena; que a menina chamou se Eleonora; que, em uma sessão no Rio, no Asylo de D. Aura, nós haviamos recebido a communicação de Irene.
 O Espirito de Emmanuel referiu-se varias vezes ao irmão Paulo de Deus, que sou eu, mas ninguem sabia que eu era “de Deus”, posto que só me conheciam por Paulo Monteiro de Barros, como geralmente assigno. Como vê, são provas concludentes”.

Fonte: Reformador – agosto, 1936
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim


 

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