Amor Fraternal
Amor Fraternal

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

FÉ E CULTURA
 
“Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões”. -Paulo.  ROMANOS, 14:1.
 
Emmanuel

Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacarem-se nos mais entranhados campos da emoção, portas adentro dos valores artísticos, sem entender bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
A Ciência investiga. A Religião crê.
Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento, em todos os assuntos que se relacionem à Fé e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do fanatismo.
Auxiliemo-nos mutuamente.
Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
Diz o Apóstolo Paulo: «acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões “. E’ que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente compelido a indagar, examinar, experimentar e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da compreensão e do amor, é forçosa servir. E servir é fazer luz.
Compromisso pessoal
“Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus.” - Paulo. 1 CORINTIOS, 3:6.
Nada de personalismo dissolvente na lavoura do espírito.
Qual ocorre em qualquer campo terrestre, cultivador algum, na gleba da alma, pode jactar-se de tudo fazer nos domínios da sementeira ou da colheita.
Após o esforço de quem planta, há quem siga o vegetal nascente, quem o auxilie, quem o corrija, quem o proteja.
Pensando, porém, no impositivo da descentralização, no serviço espiritual muito companheiros fogem à iniciativa nas construções de ordem moral que nos competem. Muitos deles, convidados a compromissos edificantes, nesse ou naquele setor de trabalho, afirmam-se inaptos para a tarefa, como se nunca devêssemos iniciar o aprendizado do aprimoramento íntimo, enquanto que outros asseveram, quase sempre com ironia, que não nasceram para líderes. Os que assim procedem costumam relegar para Deus comezinhas obrigações no que tange à elevação, progresso, acrisolamento ou melhoria, mas as leis do Criador não isentam a criatura do dever de colaborar na edificação do bem é da verdade, em favor de si mesma.
Vejamos a palavra do Apóstolo Paulo, quando já conhecia os problemas do auto-aperfeiçoamento, em nos referindo à evangelização: «eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus».
A necessidade do devotamento individual à causa da Verdade transparece, clara, de semelhante conceituação.
Sabemos que a essência de toda atividade, numa lavra agrícola, procede, originariamente, da Providência Divina. De Deus vêm à semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.

(Páginas recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 23-8-65, em Paris, França)
Fonte: Reformador – Fevereiro - 1966
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim


 

 




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