DOMÍNIO ESPIRITUAL
“Não estou só, porque o Pai está comigo.” – Jesus. (João, 16:32)
Nos transes aflitivos a criatura demonstra sempre onde se localizam as forças exteriores jue lhe subjugam a alma.
Nas grandes horas de testemunho, no sofrimento ou na morte, os avarentos clamam pelas posses efêmeras, os arbitrários exigem a obediência de que se julgam credores, os supersentimentalistas reclamam o objeto de suas afeições.
Jesus, todavia, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostra-se absoluto senhor de si mesmo, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos do Pai, como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Ligado naturalmente às mais diversas forças, no dia do Calvário não se prendeu a nenhuma delas.
Atendia ao governo humano lealmente, mas Pilatos não o atemoriza.
Respeitava a lei de Moisés; entretanto, Calfás não o impressiona.
Amava enternecidamente os discípulos; contudo, as razões afetivas não lhe dominam o coração.
Cultivava com admirável devotamento o seu trabalho de instruir e socorrer, curar e consolar; no entanto, a possibilidade de permanecer não lhe seduz o espírito.
O ato de Judas não lhe arranca maldições.
A ingratidão dos beneficiados não lhe provoca desespero.
O pranto das mulheres de Jerusalém não lhe entibia o ânimo firme
O sarcasmo da multidão não lhe quebra o silêncio.
A cruz não lhe altera a serenidade.
Suspensa no madeiro, roga desculpas para a ignorância do povo.
Sua lição de domínio espiritual é profunda e imperecível. Revela a necessidade de sermos “nós mesmos”, nos transes mais escabrosos vida, de consciência tranqüila elevada à Divina Justiça e de coração fiel dirigido pela Divina Vontade.
(Do livro "Caminho, Verdade e Vida",
psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.)
Emmanuel
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